Incendiado em 1809, aquando das invasões napoleónicas, o Solar dos Magalhães nunca foi reconstruído. A Câmara de Amarante está, agora, a transformá-lo em “Casa da Memória”. O projeto é do arq. Siza Vieira.
Tiveram início, recentemente, no Solar dos Magalhães, as obras que hão-de transformar o que resta daquele edifício na “Casa da Memória” de Amarante, segundo um projeto do arq. Siza Vieira.
O investimento a efetuar é de cerca de três milhões de euros, financiado pelo NORTE 2020 através do programa PARU (Plano de Ação para a Reabilitação Urbana), devendo a empreitada decorrer ao longo de dois anos, segundo anunciou, em julho, aquando da assinatura do contrato de empreitada, a Câmara Municipal de Amarante.
Da estrutura original, que se julga da segunda metade do século XVI, do Solar dos Magalhães permanecem, apenas, as paredes exteriores. Esta casa senhorial, pertença dos Magalhães, tornou-se um símbolo, em 1809, da resistência à entrada, na vila de Amarante, das tropas francesas. Conta-se que por cada dia que a resistência à ocupação francesa atrasava a passagem pela Ponte de São Gonçalo, a caminho de Vila Real, que o General Loison retaliava, incendiando uma casa nobre. Contrariamente à maioria das casas que foram incendiadas, o Solar dos Magalhães nunca foi reconstruído, permanecendo as suas ruínas testemunho dos violentos ataques.
Recreação do assalto napoleónico ao Solar dos Magalhães Solar dos Magalhães e placa evocativa das invasões francesas
Álvaro Siza Vieira havia já estudado o Solar dos Magalhães, no final dos anos 90, quando a ideia era transformar o espaço na sede da Fundação Rei Afonso Henriques, projeto que nunca chegou a avançar. Em 2015, o Município conseguiu negociar com a Fundação a transferência dos direitos sobre o projeto, assim como a sua reformulação para a “Casa da Memória” de Amarante junto do arquiteto.