Igreja de S. Gonçalo vai receber obras de beneficiação e restauro

OMunicípio de Amarante anunciou, em nota à Imprensa, estar para breve a conclusão do concurso público para a realização de obras de Conservação e Valorização da Igreja e Claustro do Convento de São Gonçalo de Amarante, no valor de mais de dois milhões de euros (2.193.175,01€), dos quais 819.425,20€ provêm do Norte 2020 – Programa Operacional Região Norte.

As obras a realizar, lideradas pela Paróquia de S. Gonçalo e com a consonância da Direção Regional da Cultura do Norte e o apoio da Fundação Manuel António da Mota, incidirão sobre todo o edifício (coberturas, pisos, paredes, vãos) e recheio artístico (retábulos, esculturas, pinturas murais, painéis azulejares, entre outros) e terão um período de duração superior a um ano.

Monumento Nacional desde 1910

Elemento central do turismo religioso da região, que dá força ao slogan que tem Amarante como “o destino a não perder no norte de Portugal”, a Igreja do Convento de S. Gonçalo foi implantada no local da ermida onde se julga estar sepultado São Gonçalo.  

O imóvel, classificado como monumento nacional desde 1910, impõe o carácter religioso à cidade, fundido na riqueza e diversidade de elementos arquitetónicos que testemunham as diversas etapas da sua construção, iniciada em 1540, por ordem de D. João III, atravessando vários reinados e colhido influências renascentistas, maneiristas, barrocas e oitocentistas.

A forma de cruz latina resume o traçado da igreja, partindo do nártex, encimado pelo coro, seguido do corpo da igreja e do transepto com o zimbório, culminando na capela-mor, de estilo barroco joanino. 

A capela-mor é ladeada, ao nível do rés-do-chão, por duas capelas: do lado do Evangelho encontramos a estátua jacente de São Gonçalo e do lado da Epístola, a capela onde se encontra uma imagem em tamanho natural de São Gonçalo do séc. XX da autoria de José Thedim, vestido com o hábito dominicano.

A base das colunas, que ladeiam o arco triunfal da capela-mor, resume a história do edifício, mantendo as inscrições da data de construção do convento e a proibição, ditada por Filipe I de Portugal, em 1595, de mais alguém ser sepultado na capela-mor por aquse encontrar São Gonçalo.

A austera fachada exterior, principal de gosto filipino, contrasta com a imponência da lateral, voltada a sul sobre o Largo – com um portal/retábulo, constituído por um arranjo artístico distribuído por três andares, de estilos diferentes – valorizada, ainda, com a Varanda dos Reis (fundadores e beneméritos do convento). 

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