Amarante como destino de excelência

Amarante é uma terra claramente orientada ao turismo, desde sempre, desde mesmo antes da sua fundação, quando era ainda um caminho de viajantes. Veja-se o exemplo da construção da Albergaria do Covelo do Tâmega, no séc. XII, por ordem da rainha D. Mafalda e em torno da qual se começou a construir o povoado do nosso centro histórico, precisamente por efeitos dos viajantes. Amarante foi, e é, terra de passagem para diversos destinos e em torno desta realidade e das suas idiossincrasias, mais naturais e paisagísticas ou mais culturais e arquitetónicas, contruídas ao longo dos séculos, veio a constituir-se como um ativo turístico inegável e inigualável no contexto do Tâmega e Sousa e, à sua escala, no próprio contexto da Região do Norte.

Quer-me parecer portanto natural que Amarante, desde sempre, tenha tirado partido dos fluxos de turistas que a Região e o Porto geram, quer seja pela proximidade, quer pelas suas qualidades e pela notoriedade que granjeou em séculos de história. Obviamente que o Porto, pela terceira vez considerado o melhor destino europeu, tem visto, sucessivamente aumentar, de forma muito significativa, o número de visitantes e turistas – e cabe-nos, também, projetar e promover Amarante nesse destino, de forma a sofrermos positivamente um efeito de arrastamento.

É neste ponto que entra a estratégia que o município está a implementar em termos turísticos, que passa muito, a montante, pela qualificação da oferta e a jusante, pelo reforço da comunicação, não só na lógica da quantidade, mas também, e sobretudo, na lógica da sua manutenção temporal.

Simplificando, se Amarante tem a vantagem de ter uma casa de partida melhor que as outras, então isso só deve aumentar a nossa responsabilidade e não, pelo contrário, fazer-nos descansar.

Em termos práticos, a nossa estratégia passa, em primeiro lugar, pela definição do posicionamento de Amarante como destino de excelência para experiências diversificadas, conceito que inclui património e cultura, gastronomia e vinhos, paisagem e natureza, desporto e aventura – e sendo estes os grandes pontos de atração e que definem o nosso perfil turístico, não são exclusivos e por isso podem, obviamente, desenvolver-se outras variáveis.

Neste contexto, Amarante tem em marcha um plano de regeneração urbana, que permitirá apresentar uma cidade mais atrativa, mais bem conservada, protegendo a mobilidade e o conforto pedonal. Estas ações, apesar de não serem focadas nos turistas, mas antes nos nossos habitantes, permitirão conciliar programas de atração turística, como é o caso das Termas, do Cineteatro, da Casa da Memória de Amarante, bem como, do MIMO Festival e do UVVA – ambos os eventos reforçam a marca de turismo de Amarante nas suas áreas, trazem novos públicos, geram comunicação positiva e permitem-nos reforçar a reputação de Amarante, tornando-a mais atrativa. Era a isto que me referia, concretamente, quando falava da importância do esforço contínuo e constante em termos de comunicação e de promoção. Estes dois produtos elevam a fasquia qualitativa junto dos intervenientes em cada um dos setores, sendo que, no caso do MIMO, a comunicação tem um forte impacto no Brasil, onde sabemos que milhares de brasileiros se sentem diretamente amarantinos ou S. Goncalenses e portanto, a seu tempo, os laços que nos unem tornar-se-ão necessariamente mais fortes. É este tipo de impacto que espero e desejo para a nossa terra.

Mas temos outras ações em marcha na componente imaterial, por exemplo, a criação de rotas temáticas pelas operadoras que trazem os turistas a Amarante; a presença de Amarante na web, que dá suporte às decisões dos turistas (a título de curiosidade, na plataforma TripAdvisor, nos últimos três anos, Amarante passou de oito indicações no portal em “O que fazer” para 29 atividades, o que nos posiciona como um destino com massa critica relevante em termos de visitação); estamos também a criar um posicionamento no enoturismo, com a criação de um programa turístico temático; além disto, temos em andamento o plano de proteção dos rios, que colocará os nossos Tâmega e Olo, Marão e Ovelha no patamar da excelência no que respeita ao turismo de natureza. 

Estas são algumas das estratégias que estamos a implementar no sentido de densificar as oportunidades e experiências disponíveis para os turistas e assim aumentar o tempo de dormida e de permanência em Amarante. Queremos que Amarante se constitua como o centro de uma experiência regional, a partir do qual o turista pode visitar o Douro, o Porto, Guimarães, Braga, Trás-os-Montes. Amarante é o centro de confluência de todas estas localidades e a partir da qual todas ficam a aproximadamente 30 minutos de carro – então, porque não tirar partido disso?

 

José Luís Gaspar, presidente da Câmara Municipal de Amarante

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